sexta-feira, 16 de agosto de 2013

PAULO MOURÃO: UM CORAÇÃO DE CANÇÕES



O violeiro Paulo Mourão entoou muitas cantigas no último sábado, no Memorial Minas Gerais - Vale. Nas palavras da produtora Cris Souza: "Um show cheio de graça e emoção que encantou a todos proporcionando uma tarde de sábado agradável e recheada de boa música e amigos. Pelo repertório, Paulo cantou canções inéditas de sua própria autoria, assim como releituras de músicas inesquecíveis tais como "Romaria" de Renato Teixeira e "Detalhes" do Roberto e do Erasmo, que foram acompanhadas de um coro lindo e emocionante vindo da platéia. Incrementando o show, Paulo convidou ao palco amigos músicos: Black Pio e Dio Rodrigues, e também contou com a participação linda e serena da cantora Adriana Lopes, que deu um banho de interpretação em seus blues tocados ao som de sua viola".




Após o show, em prosa com amigos, cedeu algumas confissões. A elas:


"Tinha mais de 7 anos que eu e o Geraldo Capeta, aqui, não nos encontrávamos, ele gravou comigo no 'Caboclo das matas'. É um cara que sabe a história do Brasil toda, ele vive essas histórias que ele conta". 

Blog - Ô, Paulo, falando no 'Caboclo das matas' e a música brasileira que deriva disso, das lendas, do caboclo, essa música regional?

Paulo Mourão - É muito linda, muito rica, né? Eu fico muito feliz, o público que veio aqui no Memorial é muito legal, tá aqui a escritora Delba (Menezes), por exemplo, que foi minha colega de redação. Ralamos muito tempo no Última Hora, no Jornal de Minas... Hoje a gente pode cantar, ela escreve. E os netos crescendo, a vida melhorou, né? (risos)

Agora, tirando a Inezita Barroso tem pouca gente fazendo. Aqui em Minas tem muito violeiro, eu destaco alguns: Juarez Sales, Chico Lobo, Pereira da Viola e Paulo Moura, que chuta a canela de todo mundo e manda vê. (risos)

A viola que eu faço não é a viola do sul de Minas, eu faço uma viola assim, eu toco modinha, eu toco samba de roda na viola. O pessoal toca muito pagode, que é na linha do Tião Carreiro, e toca toada. Eu toco umas coisas que eu vivi pro mundo afora, e eu sou autodidata. Tenho também um trabalho pseudoclássico, sou tirado a tocar Beethoven ou Bach... (risos)

Delma Menezes - Queria perguntar pro Paulo... Quando você compõe como é esse processo de inspiração, da poesia que vem nos textos, de onde é que vem, como é esse processo de criação das letras das músicas?

Paulo Mourão - Delba, a gente é muito intuitivo, né? Já venho com esse processo de intuição há uns 43 anos. E eu fiquei sem tocar dos 28 até os 43 anos, porque eu ficava na redação, tinha filhos para criar e tudo. Nessa época eu não tocava viola, tocava violão, mas encostei tudo. Quando via um músico até fugia. (risos) Depois é que eu saquei, parei de beber e tal e voltou essa força, essa ligação. Então eu não sento para escrever uma letra, ela vem, a melodia vem também. Eu nunca parei para fazer uma música. Às vezes trabalhando, né, de terno... Fui coordenador de Comunicação da Câmara, no meio da sessão, eu lá e a música cantando aqui (aponta para a cabeça). Ela vem, eu não sento para fazer, vem... E eu digo assim, que meu coração é um terreiro de canções, sabe? E eu tendo bons sentimentos, cuidando direitinho deles, a música vem.



E segue sua viola, encerrando a prosa e abrindo os caminhos: http://www.youtube.com/watch?v=k5m8OAqxwJk 

Um comentário:

  1. Meu caro Luiz Zanon você, como sempre, pegando a alma do que precisa ser mostrado! Grato amigo. Muito agradecido! Paulo Mourão.

    ResponderExcluir